O TEATRO NO CINEMA – Jean Cocteau: as multifaces da arte poética

CURSO ONLINE

O TEATRO NO CINEMA : 

Jean Cocteau: as multifaces da arte poética

Prof. Gabriel Federicci


Considerado um dos principais nomes do surrealismo, Jean Cocteau propõe uma linguagem teatral, literária, cinematográfica e plástica na esfera da “irrealidade realista”. Suas personagens são transposições poéticas da vida – como alegorias do próprio ser –, que se revelam humanamente possíveis dentro de um cenário mítico, no qual o poeta/dramaturgo, em sua simbiose, apresenta a artesania do autor em “pintar” os textos e o ofício do pintor ao “escrevê-los”. Ainda que permeado pela “linguagem esquecida” dos mitos e dos contos de fadas, Cocteau apela ao sentido “carnal” da arte, ao revelar que o princípio metafísico reside no homem e em sua busca incessante pelo desvelamento dos mistérios que o cercam. Desse modo, em todas as artes a que se dedicara, Cocteau contemplou o valor da sensibilidade e da imaginação, no âmbito do ímpeto heroico de seus títeres, das imagens dançantes de sua cinematografia, da expressividade das suas pinturas e, sobretudo, da narrativa metafórica - marca indelével de toda sua criação poética.



Sob esse prisma, as nossas aulas serão conduzidas a partir da análise crítica/estética de algumas obras selecionadas de Jean Cocteau), no cinema: A Voz Humana (La Voix Humaine/1930), teatro/monólogo, O Sangue de um poeta (Le Sang d’un poète/1930), A Bela e a Fera (La Belle et la Bête/1946), bem como Orfeu (Orphée/1950) e O Testamento de Orfeu (Le Testament d’Orphée/1959. Os nossos quatro encontros ainda serão acrescidos de referências a outras composições do autor, tais como Antígona (Antigone/1922), Romeu e Julieta (Roméo et Juliette/1924), A Máquina Infernal (La Machine Infernale/1934) e O Pecado Original (Les Parents Terribles/1938) teatro, bem como Édipo Rei (Oedipus Rex/1927), ópera-oratório, com música de Igor Stravinsky. 


Programa

Aula 1:

11/07- O universo dos contos de fadas: uma “linguagem esquecida”? 


Introdução a Jean Cocteau - a primazia de sua arte no tratamento dos mitos, dos contos de fadas e das fábulas. Nessa aula, recorreremos à polimorfia artística de Jean Cocteau, partindo dos poemas, dos quadros, das esculturas e das músicas (com a colaboração de compositores do porte de Satie, Milhaud, Stravinsky, Poulenc, entre outros), que constituem sua linguagem teatral e cinematográfica. Assim, destacaremos a sua mais notória obra A Bela e a Fera (La Belle et la Bête/1946), adaptação do conto de Jeanne-Marie Leprince de Beaumont (1740), a qual será reiterada durante as demais aulas. Além de analisarmos A Bela e a Fera a partir da ótica de Cocteau, junto ao diário do filme escrito por este (La Belle et la Bête, Journal d’un film/1946), tomaremos igualmente como base algumas reflexões acerca do livro A Linguagem Esquecida, de Erich Fromm (The Forgotten Language: the Understanding of Dreams, Fairy Tales and Myths/1951), sobretudo do capítulo VII: “A Linguagem simbólica dos mitos e dos contos de fadas, no ritual e na literatura.” 


 

Aula 2:

18/07 - “A dificuldade de ser” ou as variações da alma. 


Análise dos filmes O Sangue de um poeta (Le Sang d’un poète/1930), como expressão do cinema de vanguarda, e O Pecado Original (Les Parents Terribles/1948), a partir da visão estética e existencial de Jean Cocteau, com observações sobre seus livros Os Meninos Diabólicos (Les Enfants Terribles/1929) e A Dificuldade de ser (La Difficulté d’être, 1947). 




Aula 3:

25/07 - Cocteau e os gregos 


Nesta aula, revisitaremos a leitura poética dos mitos por Cocteau. Nossa abordagem será a narrativa do mito de Orfeu a partir dos filmes Orfeu (Orphée/1950) e O Testamento de Orfeu (Le Testament d’Orphée/1959). No mesmo sentido, tomaremos como base as estruturas das peças A Máquina Infernal e Antígona, com alusão a Édipo Rei, ópera-oratório, com a música de Stravinsky.  



Aula 4:

01/08 - Das vozes e dos ecos: o retrato da solidão


A Voz Humana (La Voix Humaine) estreou em Paris em 1930, e é tido como um dos mais representativos monólogos femininos da história do teatro. O texto desvela a solidão por trás da voz de uma mulher. Por sua linguagem, o monólogo apoia-se em imagens de silêncio, por vezes aterradoras, as quais traduzem o drama do homem do século XX e seu eterno retorno para dentro de si mesmo, ao confrontar seu próprio vazio existencial conjugado à melancolia. Neste último encontro, avaliaremos o impacto desse texto, reiterado no cinema por Rossellini em O Amor (L’Amore/1948), com Anna Magnani, e por cineastas da posteridade, a exemplo de Almodóvar em A Lei do Desejo (La Ley del Deseo/1987) - ao som de Ne me quitte pas, na voz de Maysa Matarazzo –, com Carmen Maura, e em seu mais recente curta-metragem experimental, fiel ao título original de Cocteau, A Voz Humana (The Human Voice/2020), com Tilda Swinton. 





Bibliografia sugerida: 


Jean Cocteau. A dificuldade de ser. São Paulo: Autêntica, 2015. 





Professor Gabriel Federicci

Doutorando, Mestre e Bacharel em Filosofia pela FFLCH - Universidade de São Paulo. Autor do livro Haydée Bittencourt - O Esplendor do Teatro (Imprensa Oficial do Estado de São Paulo - IMESP, 2010). Traduziu e prefaciou a obra do ator e diretor teatral Michel Saint-Denis, Teatro: A Redescoberta do Estilo e Outros Escritos (Editora Perspectiva, 2016). Dedica-se à área de Estética e Filosofia da Arte, atuando principalmente nos seguintes temas: Ética, Poética e Estética Teatral, Crítica Teatral, Teoria e História do Teatro. Curador/proprietário do Acervo Cultural Sérgio Viotti. 

Cursos anteriores realizados no Escola no Cinema:


O teatro no cinema - Jean Cocteau: as multifaces da arte poética

 

Aula diálogo - Rei Lear (com Cássio Starling Carlos)


Shakespeare, o gênio selvagem do som e (da) fúria



O teatro no cinema - As personagens da Tragédia Grega – A síntese do mito, do terror e da piedade



Informações

Local:

Online


Período

11 de julho a 01 de agosto de 2023


Horário

Terças-feiras, das 19 às 22h 


Carga horária

12 horas em 04 encontros


Inscrições

atendimento@escolanocinema.com.br

www.escolanocinema.com.br


Investimento

R$200,00 (à vista)

R$180,00 (25% de desconto para pagamentos até 27/06)



Vagas

30 pessoas (mínimo de 15 para a realização do curso)

Após o terceiro curso, realizado no Escola no Cinema, desconto de 20% para pagamento à vista:

R$160,00


Sócios do Clube do Professor, desconto de 35% para pagamento à vista:

R$130,00


+ 10% de desconto para quem se inscrever nos três cursos.


Aula avulsa:

R$ 100,00


A solicitação de pagamento será feita pelo Pagseguro (via email)

Após o pagto, a inscrição será confirmada.


Os alunos inscritos no curso integral deverão solicitar a aula gravada, se necessário.


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* Dia 11/07– Aula inaugural – cada aluno inscrito poderá trazer dois convidados


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Inscrição: O TEATRO NO CINEMA – Jean Cocteau: as multifaces da arte poética

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