Shakespeare

O gênio selvagem do som e (da) fúria

 Cartaz de Hamlet [1964], de Grigori Kozintsev

De 06/04 a 11/05

com Gabriel Federicci

Este curso, dividido em 6 aulas, oferece uma introdução ao teatro de Shakespeare, universo no qual o destino não está mais nas mãos dos deuses, - como acontece na tragédia grega: mas nas mãos do próprio homem. Mesmo nas peças em que o sobrenatural é elemento de expressiva atuação (tal como em Hamlet, Macbeth, Sonho de Uma Noite de Verão e A Tempestade), aqui o destino se estabelece pelo conflito entre os homens. A síntese desse pensamento pode ser encontrada na peça Júlio César, que é evidenciada pela seguinte passagem: “Os erros, meu caro Brutos, não estão nos astros, mas em nós mesmos que estamos debaixo deles.” Portanto, o sentido humanístico, bem como o valor do homem enquanto ministro da natureza (para retomarmos a reflexão de Francis Bacon), determinam toda a trama da dramaturgia shakespeariana.

Considerado bárbaro pelos neoclássicos estritos franceses (mais especificamente por Voltaire) e gênio pelos românticos, Shakespeare é, talvez, o autor que mais se aproxima do homem em todas as épocas, e por tal feito, ganhou do crítico polonês Jan Kott a definição de “nosso contemporâneo.”



Nossas aulas serão divididas entre análise das peças mais conhecidas e encenadas de Shakespeare, tanto no teatro quanto no cinema, para refletirmos sobre as múltiplas possibilidades de leitura conferidas pelo bardo inglês. Assim, discutiremos a repercussão do drama e do desenvolvimento de sua estética a partir do período elisabetano..

Programa

06/04 – Aula 1: O mundo inteiro é um grande palco

Shakespeare – caminhos e descaminhos da poética clássica. As diferenças entre a tragédia clássica e a shakespeariana. O teatro elisabetano: dramaturgia e estrutura. O bardo enquanto alvo dos franceses neoclássicos e como cânone dos românticos alemães. Wilhelm Meister – o Shakespeare romântico. Shakespeare no cruzamento das culturas. O valor do verso e da prosa. O estilo de Shakespeare. Análise de algumas cenas do filme Romeu e Julieta, de Zeffirelli (1968) e de Luhrmann - Romeu + Julieta (1996) e do musical Amor, sublime amor (1961), de Jerome Robbins e Robert Wise.

13/04 – Aula 2: A Tragédia shakespeariana

Introdução à tragédia shakespeariana, a partir de Hamlet. Análise de algumas cenas dos filmes de Kozintsev (1964), de Laurence Olivier (1948) e de Kenneth Branagh (1996).

20/04 – Aula 3: Tragédia – Ato II

Análise de Macbeth. Seguiremos com a análise desta peça sombria a partir dos filmes de Orson Welles (1948), de Polanski (1971), de Kurosawa - Trono Manchado de Sangue (1957), de Casson (1979 – produção televisava com texto adaptado por Trevor Nunn) e de Kurzel (2015); de Otelo, de Orson Welles (1951) e de Laurence Olivier (1965); de Rei Lear, de Elliott (1983), com Laurence Olivier no papel-título, de Kozintsev (de 1971) e de Kurosawa – Ran (1985).

27/04 – Aula 4: O Teatro político de Shakespeare

Shakespeare e o teatro épico de seu tempo.

Análise de Júlio César, a partir do filme de Mankiewicz (1953) e dos Irmãos Taviani - César deve morrer (2013). Comentários sobre a produção inglesa da BBC, The Wars of the Roses (A Guerra das Rosas/1963), com a direção de John Barton e Peter Hall, pela Royal Shakespeare Company – a partir da adaptação das peças Henrique IV e Ricardo III.

O teatro político de Shakespeare, sobre as personalidades históricas e seus reinados. Falstaff (1965), de Orson Welles, com acréscimo das peças Ricardo III (1955) e Henrique V (1944), de Laurence Olivier.

04/05 – Aula 5: A Comédia shakespeariana

Nesta aula, dedicaremos uma reflexão sobre o percurso de Shakespeare na comédia e veremos como ele se apropriara deste gênero. Para isso, analisaremos algumas cenas de A Megera Domada, de Zeffirelli (1967), Noite de Reis, de Sichel - 12ª noite (1969), Como Gostais, de Czinner (1936), com Laurence Olivier, e Sonho de Uma Noite de Verão, de Max Reinhardt (1935).

11/05 – Aula 6: O Teatro é a arte magistral

Na última aula, focaremos nossa atenção àquela que é considerada a última peça de Shakespeare, A Tempestade. Desse modo, partiremos da análise das cenas de dois filmes: Fúria da Tempestade, de Jack Bender (1998), com Peter Fonda (Próspero), e A Tempestade, de Taymor (2013), com Helen Mirren (Próspera). 

Panorama sobre os mais importantes encenadores e intérpretes de Shakespeare. Fragmentos do filme Shakespeare Apaixonado.

Gabriel Federicci

Doutorando e Mestre em Filosofia pela FFLCH - Universidade de São Paulo. Autor do livro Haydée Bittencourt - O Esplendor do Teatro (Imprensa Oficial do Estado de São Paulo - IMESP, 2010). Traduziu e prefaciou a obra do ator e diretor teatral Michel Saint-Denis, Teatro: A Redescoberta do Estilo e Outros Escritos (Editora Perspectiva, 2016). Dedica-se à Estética e Filosofia da Arte, atuando principalmente nos seguintes temas: Ética, Poética e Estética Teatral, Crítica Teatral, Teoria e História do Teatro.

Curso anterior realizado no Escola no Cinema:

• O teatro no cinema - As personagens da Tragédia Grega – A síntese do mito, do terror e da piedade - online
  

Período

06 de abril a 11 de maio de 2021

Horário

Terça-feiras – das 19h às 22h

Carga horária 

18 horas em 06 encontros

Inscrições

atendimento@escolanocinema.com.br

Investimento

R$300,00 (à vista)

*Após o terceiro curso, realizado no Espaço Itaú de Cinema, desconto de 20% para pagto à vista: R$240,00

**Sócios do Clube do Professor, desconto de 35% para pagamento à vista: R$195,00

Se você é professor, aproveite e cadastre-se já para obter o desconto no próximo curso.

***Aula avulsa: R$ 60,00

****Aulas gravadas, disponíveis a partir de abril: R$ 40,00

Vagas: 20 pessoas (mínimo de 15 para a realização do curso)

Os alunos inscritos receberão uma solicitação de pagamento através do Pagseguro.

Os certificados serão entregues após término do curso.

Os alunos inscritos no curso integral deverão solicitar a aula gravada, se necessário.

Realização

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